domingo, 13 de dezembro de 2009

A imensidão vermelha quase roxo que corria por dentro,
virou um rosa fraquinho.
Frágil, desbotado.
Como se aos poucos fossem secando os sentimentos.
Vejo ruir a fortaleza que sempre me deu guarida.
Impotente,
Me vejo cada vez mais distante.
Um barco a deriva a mercê dos acontecimentos.
Uma gerra de balas perdidas.
Não sei lidar com isso.
Nem sei se ao menos se me conheço.
Me sinto um bebê aprendendo a andar sozinho.
E rios vertem por dentro d'alma,
Enaqundo rio.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Coração Baldeado

Perdi meu coração.
Baldeado na Paraiso,
Foi-se pelos tunéis se destino.
Sangrado pela foice da imensidão Paulistana.
Nos pulmões,
Permanece a overdose da poluição,
Dos carros,
Dos ares multi-étinicos,
multiculturais...
Da profusão de todos a me empreganar a alma.
Do sentimento de ser só um,
Incolor,
perene as luzes da cidade.
A caminhar pela Paulista.
Contradição e complexidade,
De me encontrar perdido,
Me encontar.

domingo, 18 de outubro de 2009

Cansei de ser cenário.
Serei a cena.
Dane-se o mundo!
Lavanda a massagear a pele.
A penetrar no íntimo,
como uma brisa calma.
A balançar de leve as folhagens.
Pelas entranhas,
Vai tingindo seu azul bebê
No vermelho das angústias.
Talvez pimenta fosse melhor.
Tingir logo de negro.
Arder!
Gritar!
Mas lavanda acalma.
E a vida segue.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Paralelas

Que bela poesia. Estava ouvindo agora (na interpretação precisa de Elba Ramalho) e resolvi postar. Fantástica essa composição de Belchior.

"Dentro do carro
Sobre o trevo
A cem por hora, oh! Meu amor
Só tens agora
Os carinhos do motor
E no escritório em que eu trabalho
E fico rico
Quanto mais eu multiplico
Diminui o meu amor

Em cada luz de mercúrio
Vejo a luz do teu olhar
Passa as praças, viadutos
Nem te lembras de voltar
De voltar, de voltar
No Corcovado
Quem abre os braços sou eu
Copacabana
Esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude
Do meu coração
E só entende o que é cruel
O que é paixão

E as paralelas
Dos pneus na água das ruas
São duas estradas nuas
Em que foges do que é teu
No apartamento
Oitavo andar abro a vidraça
E grito quando o carro passa
Teu infinito sou eu
Sou eu, sou eu, sou eu

No Corcovado
Quem abre os braços sou eu
Copacabana
Esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude
Do meu coração
E só entende o que é cruel
O que é paixão"

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Procura-se

Procura-se alguém que fale alguma lingua do norte europeu. Sei lá qual, algo nórdico. Tem de ser curso ultra intensivo. Preciso juntar as duas línguas o quanto antes. Já percorri seus mapas. E digo que de início, eram apenas novas ruas, mas perceber todo um mistério diferente me fascinou. Então preciso dizer algo, antes que volte ao seu mundo.

domingo, 6 de setembro de 2009

Hoje tremi! Tive me minha frente a coisa mais linda que já vi. Perfeito, tudo exato. Alí a se mostar. E eu? Não fiz nada. Apenas fiquei imóvel a tremer, comer e beber. Estou com muita raiva de minha falta de atitude.
Bom mas já era. Não sei se vou ter a mesma visão algum dia. então, agora é mirar outras paisagens.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Traço,
Reto,
Rígido,
Ortogaonal.
Troço,
Do cubo,
Ao cubo,
O nada.
Miragem,
Ilusão,
Devaneios da forma.
Da não forma,
Da rígida forma.
Traço,
Tantos tragos,
Tão limpos,
Tantos...
Sujo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

É só um desabafo! Um descarrego de "auto-raiva"! Não sei quanto vai durar nestes escritos. O Quanto vão permanecer aqui estes escritos. Só que a minha indecisão cronica me fez perder outra oportunidade. Grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr... @#$#%$$%$%@*&¨¨@*¨*!!!

sábado, 27 de junho de 2009

Intermináveis folhas de papel.
Escritos em vão.
Estrofes cheias de vazios.
Textos retóricos,
repetidos.
Sempre o nada a dizer.

Reler estas folhas,
Faz pensar,
O quão fazem parte do nada,
Estas mal escritas linhas.

As folhas em branco,
Não serão guardadas.
Também não serão ofereciadas à escrita.
Estarão alí,
Onde sempre estiveram.
O porem é que apenas,
A quem quiser escrever algo que realmente valha a pena ler.

terça-feira, 14 de abril de 2009

O Fim da Picada

Esse é nome do filme ao qual tive o desprazer de assistir este domingo passado. O filme, que se propõe a ser de terror, mas não me assustou nem um pouco (cheguei a rir em certos pontos do filme) não passa de um crítica banal e óbvia ao atuais valores da sociedade, e claro das pessoas. Não faltou a crítica ao imperialismo americano, ao valor excessivo a bens materiais em detrimento dos valores humanos... e por aí vai. Tudo bem que a ideia de um saci demoníaco é interesante, bem como a de uma exu, uma mulher negra, representando Satã. Mas não passa disso. É só uma evocação constante e gratuita ao nome de Satã.
Li num post na net que as pessoas saiam aterrorizadas do cinema, de fato para alguém que tenha alguma religião mais conservadora, essa evocação excessiva ao demo, deve incomodar e muito. Porque não é um filme em que haja um piscicopata, mas o proprio Demo é o centro da trama. Em mim não fez o menor efeito. Tem até uma participação tosca, diga-se, de Zé do Caixão.
Bom, para quem acha que meia duzuia de frases evocando o Demo é filme de terror, vale assistir. Para mim foi mesmo é o fim da picada ter pago para ve-lo.

domingo, 12 de abril de 2009

Lavanda

Lavanda para dormir.
Lava os pesadelos.
Os pesados elos do desconhecido.
O que é conhecido quando se apresenta o inesperado?
Quando a forma mais bruta nos desnuda.
Lavanda para amaciar as angustias.
Os medos, as apreensões...
Um pequeno deslize,
E rola um pedregulho ribanceira a baixo.
Lavanda para dar um tempo.
À mente que ferve,
Que se questiona se essa calmaria é d'outras planícies,
Ou simplesmente destas.
Sim! Porque há uma aparente transferência,
Naturalmente em vão.
Pois quando cair em si,
Vai apenas cair no vão da verdade.
Lavanda para refletir melhor.
Para driblar os reflexos do impulso que nos cegam.
Não existem motivos óbvios.
Não há a quem culpar.
Existe apenas um homem em busca do encontro com sigo mesmo.
No caminho de sua Felicidade.
Lavanda para dar tempo ao tempo.
Se houver amor,
Dar-se-a em breve tempo,
Fim a lavanda.
Se não...
Dar-se-a também!
Enfim,
Apesar de toda dor.
Noutro loco.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Hoje conferi o show de Marcelo Camelo na Concha. Para variar todo mundo super empolgado canatando todas as músicas - como acontecia quando era Los Hermanos. Eu claro, tava nessa junto. E muitíssimo animado! Os músicos ótimos, as músicas ótimas, tudo ótimo! Quando tocou Copacabana alucinei-me, até quase caí.
Teve jente que torceu o nariz, dizendo que o último show tinha sido bem melhor. Como nesse eu não fui, não tinha um referêncial, me acabei no de hoje. De fato algumas coisas foram apenas medianas, como a participação de Malu Magalhães, a qual nem se ouvia a voz. E o fim então: Ficou todo mundo com "cara de tacho" achando que ele voltaria mais uma vez enquanto os instrumentos eram desmontados. Faltou um fim com cara de fim, talvez mais teatral, como o Adriana calcanhoto no Maré, onde ela se joga o resto da água que bebia na cara e depois quebra o copo no chão do palco. Faltou também um cenário. É verdade que isso nunca foi a arte de Los Hermanos, mas aquele pano preto com cara de tapume improvisado... tosco!
Enfim, musicalmente o show foi maravilhoso. Eu adorei!
Viva Camelo!

terça-feira, 24 de março de 2009

Better

If I kiss you where it's sore
If I kiss you where it's sore
will you feel better, better, better
will you feel anything at all?
will you feel better, better, better
will you feel anything at all?

Born like sisters to this world
in a town where blood ties are only blood
If you never say your name out loud to anyone
they can never ever call you by it

If I kiss you where it's sore
If I kiss you where it's sore
will you feel better, better, better
will you feel anything at all?
will you feel better, better, better
will you feel anything at all?

You're getting sadder, getting sadder, getting sadder, getting sadder
and I don't understand, and I don't understand
but if I kiss you where it's sore
If I kiss you where it´s sore
will you feel better, better, better
will you feel anything at all?
will you feel better, better, better
will you feel anything at all?

Regina Spektor

Rejazz

Thought I'd cry for you forever

But I couldn't so I didn't
People's children die and they don't even cry forever
Thought I'd see your face in my mind for all time
But I don't even remember what your ears looked like

And the clock still strikes midnight and noon
And the sun still rises and so does the moon
Birds still migrate south and people move on
Even though I'm no longer in your arms
Thought the mountain would crumble
And the rivers would bend
But I thought all wrong and the world did not end
Guess the maps will just have to stay the same for a while
Didn't even need therapy to rehabilitate my smile
Rehabilitate my smile

Thought I'd cry for you forever
But I couldn't so I didn't...

Regina Spektor.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Fidelity

A mão cheia de pó colorido a se lançar.
Não é só mais um boneco sem cabeça.
Por enquanto a tinta esta a espreita.
Logo será jogada!
E... se certo... Jogada de volta!

domingo, 8 de março de 2009

Verdes

Estou a escrever estes versos.
A descrever estes verdes.
Falar de liberdade.
De tudo aquilo que almejo.
Verdes, são o quão livre lhes cabe.
E que ainda que por vezes seja fim.
E parecam apenas mais uns verdes.
Todas as brisas insistem no frescor do mar.
Mirar como um oceano de desbravaduras.
Não sei se verdes seriam meus em desejo.
Mais que isso tudo, o que representam.
Lá mesmo onde estão.
Verdes.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Lost!

Just because I'm losing
Doesn't mean I'm lost
Doesn't mean I'll stop
Doesn't mean I'm across

Just because I'm hurting
Doesn't mean I'm hurt
Doesn't mean I didn't get what I deserved
No better and no worse

I just got lost!
Every river that I tried to cross
Every door I ever tried was locked
Ohhh and I'm just waiting 'til the shine wears off

You might be a big fish
In a little pond
Doesn't mean you've won
'Cause along may come
A bigger one

And you'll be lost!
Every river that you tried to cross
Every gun you ever held went off
Ohhh and I'm just waiting until the firing's stopped
Ohhh and I'm just waiting 'til the shine wears off

Ohhh and I'm just waiting 'til the shine wears off
Ohhh and I'm just waiting 'til the shine wears off

Coldplay

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O ton se esmaeceu.
Do roxo vivo,
Restou um pálido,
Estonado rosa.
Não faz parte do carnaval.
Não é alegoria.
Nem tão pouco,
Grosso como brim que é,
Veste nas horas de calor,
De festa.
Apenas ali,
a se emprestar,
Ao dia-a-dia.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Tons

Roxos
Todos
Pretos
Partes
Pratas
Andrades
Azuis
Azares
Amarras
Amar
Elos
Amargores
Calipsos
Cortesias
Cortes
Cores e
rancores
Luzes
Milagres
Lilases
Rosas
Guimarães...

Mulatos
Dourados
Rubores
Castigos
Castanhos
Castores
Havanas
Avanços e
brancos
Cobranças
Cinzentos
Cimentos
Crianças
nas sarjetas
Nojentas
Imagens
Violeta
Magentas
Laranjas
Matizes
Cremes
Crimes
Cobaltos
Assaltos
Turquesas
Pérolas
aos hipócritas
Ocres
Terras
Telhas
Gelos
Gemas

Adriana Calcanhoto Para Iberê Camargo

Para Lá

Se toda escada esconde
Uma rampa
Ampara o horizonte
Uma ponte
Para o oriente
Um olhar
Distante

Em volta de um assunto
Uma lente
Depois de cada luz
Um poente
Para cada ponto
Um olhar
Rente

E a montanha insiste em ficar lá
Parada
A montanha insiste em ficar lá
Para lá
Parada
Parada

Diante do infinito
Um mosquito
Em torno de um contorno
Gigante
Cada eco leva
Uma voz
Adiante

Decanta em cada canto
Um instante
De dentro do segundo
Seguinte
Que só por um momento
Será
Antes

E a montanha insiste em ficar lá
Parada
A montanha insiste em ficar lá
Para lá
Parada
Parada

Composição: Arnaldo Antunes / Adriana Calcanhotto

domingo, 25 de janeiro de 2009

Tudo esférico a deslizar com delicadeza, porém intensamente, na alegria d'alma. Sem reberbas, morças, arranhões... Nada. Tudo! Tudo muito bem arranjado, no tempo certo e da voz do jeito exato!
Passaporte do tudo... Um pedaço de papel amarelo, canhoto... Calcanhoto!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Ano novo.

Começar esse ano tem sido um belo amanhecer. Os raios da mudança parecem surgir aos poucos iluminando um ceu furtacor esplendoroso.
E que venha o Sol.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Foi um fim de ano à pensar. Refleti muito sobre tudo. Sobre o que fiz, o que deixei de fazer, o que fiz de errado, o que fiz certo... Enfim, foi um ano ótimo. Mas começar o 2009 traz um ar de quero mais, de muitas mudanças positivas. A virada do ano foi ótima. Casa cheia, muitos desejos sinceros... Foi um começo de ano muito bom.
Sobre as metas, não gosto de falar delas, pois elas me parecem um monte de latras escritas num bloco de notas entulhado em uma gaveta e que ficarão esquecidas. Prefiro deixar as realizações acontecer à vontade. Já sei o que quero. É hora de ir a luta!

Feliz Ano Novo a todos!