domingo, 21 de setembro de 2008

Sentimento (2)

Talvez,
Simples barco,
Cobre demais do porto.
E seja apenas um simples vai e vem.
E não vela a fuga.
Talvez sejam necessário apenas pequenos ajustes.
Ou quem sabe seja assim mesmo.
Vale tentar rever.
Entender o porto.
Ver, apesar da maré,
Um atracadouro firme.
Então é infinito.

Sentimento

Um barco à maré.
Hora a preamar,
Fica tão perto da costa.
Hora a baixamar,
Tão distante dela.
O que acontece?
Não sei.
O vai e vem cansa.
Deveria ter um cais,
Desses com poitas, decks...
Enfim, amarras.
Talvez esteja alí.
Falte vê-lo.,
Talvez já esteja nele,
falte à prender.
Mas como tal vez,
Outro sito...
Então é finito,
Tchau.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Lenine

Hoje na academia tava tocando o som de Lenine, então me lembrei dessas duas belas composições:

A Ponte

Composição: Lenine e Lula Queiroga

Como é que faz pra lavar a roupa?
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia?
No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte

A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento

A ponte nem tem que sair do lugar
Aponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço do mar
Com a mão da maré
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento

Nagô, nagô, na Golden Gate
Entreguei-te
Meu peito jorrando meu leite
Mas no retrato-postal fiz um bilhete
No primeiro avião mandei-te
Coração dilacerado
De lá pra cá sem pernoite
De passaporte rasgado
Sem ter nada que me ajeite
Coqueiros varam varandas no Empire State
Aceite
Minha canção hemisférica
A minha voz na voz da América
Cantei-te
Amei-te


O Silêncio das Estrelas

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, como estrelas que brilham em paz, em paz...

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais...

domingo, 14 de setembro de 2008

A navalha reabriu as feridas.
Desnudaram-se atitudes.
Atitudes à dor
Das feridas mal cicatrizadas.
Verteu-se água da nascente dos sentimentos.