quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Lenine

Hoje na academia tava tocando o som de Lenine, então me lembrei dessas duas belas composições:

A Ponte

Composição: Lenine e Lula Queiroga

Como é que faz pra lavar a roupa?
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia?
No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte

A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento

A ponte nem tem que sair do lugar
Aponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço do mar
Com a mão da maré
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento

Nagô, nagô, na Golden Gate
Entreguei-te
Meu peito jorrando meu leite
Mas no retrato-postal fiz um bilhete
No primeiro avião mandei-te
Coração dilacerado
De lá pra cá sem pernoite
De passaporte rasgado
Sem ter nada que me ajeite
Coqueiros varam varandas no Empire State
Aceite
Minha canção hemisférica
A minha voz na voz da América
Cantei-te
Amei-te


O Silêncio das Estrelas

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, como estrelas que brilham em paz, em paz...

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais...

Um comentário:

Leandro Cruz disse...

A cada dia gosto mais dessa ponte dele.

***

E sobre o post lá do blog:
(A) comprou 2/3 de um tubaraão embebido em formol de Damien Hirst, um dos 100 exemplares exclusivíssimos da Taschen sobre a obra de Jeff Koons (com assinatura e um trabalho dele) e patrocinou uma intervenção urbana de Olafur Eliasson.
(B) comprou quadros de borboletas de Damien Hirst, esculturas de Jeff Koons e um exemplar apenas assinado pelo mesmo artista daquele mesmo livro da Taschen.
E ninguém comprou nada, né? É so zona minha.

***

Lembra de um dos trechos de "Sobre Café e Cigarros" com Cate Blanchett? Era um encontro de duas primas que poderia parecer inocente num primeiro momento, mas acabava funcionando como uma gangorra na disputa pela superioridade.